"A mente se renova  num corpo em mudança permanente

E o passado é uma roupa que não nos serve mais"

Se observarmos nossa caminhada até o presente momento, vemos  que muitas coisas deixamos esquecidas no passado... mortas as vezes sepultadas...outras vezes ainda latentes como um fantasma que nos atormenta a alma.

Histórias, coisas, sonhos, bem como amizades e amores...Coisas e pessoas que deixamos de achar interessantes, que se tornaram incompreensíveis, as vezes por nossa insegurança, situações que achamos difícil e desistimos, que não nos motivava mais ou que não nos aquecia a alma.

É quando o calçado não serve mais que nos desapegamos dele, é no instante em que o silêncio invade o espaço das palavras que sentimos falta da nossa voz... 

É assim com tudo e todos... a vida nos convida constantemente a participar de novos ciclos, e nessa incessante busca pelo novo, rompemos outros deixando por vezes marcas que nunca se apagarão. Enredos mal terminados, situações mal aproveitadas, as vezes deixamos mágoas e nem nos damos conta dos danos que causamos no caminhar de outros.

Romper um ciclo é natural do nosso caminhar e contribui para nosso crescimento contínuo, onde tudo nasce, cresce e morre... Porém, é preciso ver além do que está visível, observar onde está a falha e somente depois de esgotar todas as possibilidades romper um ciclo. 

Ciclos que não se completam ou que se rompem simplesmente ou por nossa falta de persistência ... ou por nossa intolerância em compreender e aprender a conviver com as diferenças se tornam bagagens pesadas para nossos ombros...

Se as nossas necessidades são mutantes, e os desejos perdem intensidade, é preciso conviver com as pequenas mortes de vez em quando para termos certeza de que estamos vivos por inteiro... mas sempre com cautela para não se viver uma vida superficial  e sem sentido... pois aquele que vive na inconstância nunca terá um alguém ou um passado para  alegremente se lembrar.